sexta-feira, 18 de julho de 2008

"Porque há direito ao grito. Então eu grito." - Rodrigo SM em "a hora da estrela".

Mas e o direito de Macabéa? Seria uma injustiça esquecê-la. No entanto, sinto-me cruel, agora. É que eu toco para sentir. Só que desta vez eu toquei na ferida que não é minha. Mas, deixando as conjunções adversativas de lado, volto a falar em 1ª pessoa. Não é a pessoa de RSM, posto que ele morreu junto com Macabéa, imortalizado nas palavras de Clarice Lispector. É a minha primeira pessoa. É o meu direito. É o meu grito. Estou presa a quatro paredes. Pratico as ações que escrevo, e o eco revela a complexidade do grito. E uivo, e gemo, e tremo. Meu grito é agudo e grave. Pessoas sem alma formada me acham paradoxal. Mas não há pretérito nem futuro: o tempo é já. E já é o presente momento, provando que não há lógica na vida. Ainda que eu gritasse por todo o “já”, não cessaria minha carência. Por que sou ausente de mim, por que sou um ser gritante, por que do primeiro grito, nascem os outros. As pessoas de alma não formada se assustam por que são mudas. E volto a falar nelas, pois meus textos são para as Macabéas, embora só quem grite é quem me compreende. O grito remete à vida. A morte é um grito. Morri pela vida.

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"Vi ontem um bicho, catando comida entre os detritos...O bicho, meu Deus, era um homem"

"Vi ontem um bicho, catando comida entre os detritos...O bicho, meu Deus, era um homem"
Mais do que isso: era uma criança, vítima da desigualdade social. No trecho de Bandeira, há uma realidade social e uma crítica política. A cada esquina há gente concorrendo com os ratos a fim de obter comida; Esta situação da vida real contrapõe a existência do direito humano. Este diz que "todo ser humano deve ser conhecido como pessoa e não como animal”. O papel fundamental dos direitos humanos é conciliar valores como paz e consciência. Somos todos diferentes do que diz respeito às culturas, mas a busca pelo equilíbrio e pela igualdade jurídica deve permanecer constante. As leis só são papéis, portanto não têm efeito se não forem postas em prática. Basta olhar para foto e se lembrar daquele menino que você viu catando lixo. Cadê a prática dos direitos humanos? Não quero mudar o mundo, visto que as pessoas, individualmente, têm que mudar os seus pensamentos. E não é uma questão de pena, é uma questão de HUMANIDADE.